Piolho

Phthiraptera
Piolho Humano
Piolho Humano
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Superordem: Psocodea
Ordem: Phthiraptera
Subordens
Anoplura

Rhyncophthirina
Ischnocera
Amblycera

A Ordem Phthiraptera (do grego phthirus=achatado; a=sem; ptera=asas), estabelecida por Haeckel em 1896, é constituída por insetos pequenos, com aproximadamente de 0,5 a 8 mm de comprimento, popularmente conhecidos como piolhos. São ectoparasitas obrigatórios de aves e mamíferos, inclusive marinhos, como focas e leões marinhos,[1][2][3][4] com alta especificidade parasitária: a maioria das espécies ocorre apenas em uma única espécie de hospedeiro. Há cerca de 5000 espécies no mundo, sendo que apenas 20 ou 30 apresentam importância econômica relevante.[5][6] São distribuídos em quatro subordens: Amblycera, Ischnocera, Rhyncophthirina e Anoplura.[3][7]

Os piolhos possuem corpo achatado dorsoventralmente, pernas robustas e garras que agarram firmemente os pelos, cabelos ou penas, são desprovidos de ocelos e asas (são secundariamente ápteros) e a coloração do corpo varia de bege claro a cinza escuro, mas eles podem ficar mais escuros após se alimentarem. Os olhos, rudimentares, e palpos maxilares podem estar presentes ou ausentes e as antenas têm de três a cinco artículos dependendo das subordens.São apterigotos, dióicos e hemimetábolos, o que significa que do ovo eclode uma ninfa, fase juvenil muito semelhante ao adulto que passará por mudas antes de chegar à fase adulta.

Os piolhos são muito dependentes da temperatura e umidade próximas da pele hospedeira, sendo às vezes restritos a parasitar determinadas regiões do corpo. Tanto os piolhos das aves, quanto dos mamíferos não vivem muito tempo fora do corpo do seu hospedeiro ou após a morte desse, já que o calor do corpo do animal parasitado é indispensável à sua sobrevivência,[8] o que dificulta seu cultivo in vitro.

Eles podem ser exclusivamente hematófagos, como os anopluros, ou se alimentarem de penas, descamações, secreções, sangue exposto no hospedeiro (machucados por exemplo), outros artópodes, como, ácaros, ou suas próprias exúvias.[6]

Os piolhos de humanos, do gênero Pediculus, conhecidos no Brasil como muquirana, mucana, piolho da cabeça e do corpo, e do gênero Phthirus, chato ou piolho-caranguejo, são da subordem Anoplura.[4][9] São cosmopolitas, ou seja, estão presentes em todos os continentes, e são importantes vetores de doenças como o tifo, febre recorrente e febre da trincheira.[10] Há cerca de 900 espécies deste inseto no Brasil.

Os piolhos mastigadores, pertencentes às outras três subordens, são pragas importantes de animais domésticos e de interesse econômico, especialmente aves,[11] cachorros, gado, cavalos e porcos, causando irritação, inquietação e feridas na pele, o que leva a comportamentos de má alimentação, diminuindo o ganho de peso e produção de leite e ovos.[10][12] O controle dos piolhos é feito pelo uso de pesticidas.[13]

  1. Leonardi, Palma, Maria Soledad, Ricardo Luis (21 de março de 2013). «Review of the systematics, biology and ecology of lice from pinnipeds and river otters (Insecta: Phthiraptera: Anoplura: Echinophthiriidae)» (PDF). Zootaxa 3630 (3). Consultado em 9 de maio de 2018 
  2. Valim, Michel P.; Teixeira, Rodrigo H. F.; Amorim, Marinete; Serra-Freire, Nicolau M. (Dezembro de 2005). «Chewing lice (Phthiraptera) from wild birds in the São Paulo Zoo, State of São Paulo, SP, Brazil». Revista Brasileira de Entomologia. 49 (4): 584–587. ISSN 0085-5626. doi:10.1590/S0085-56262005000400021 
  3. a b Shao, Renfu; Barker, Stephen C; Li, Hu; Song, Simon; Poudel, Shreekanta; Su, Yuan (30 de novembro de 2015). «Fragmented mitochondrial genomes in two suborders of parasitic lice of eutherian mammals (Anoplura and Rhynchophthirina, Insecta)». Scientific Reports (em inglês). 5 (1). ISSN 2045-2322. doi:10.1038/srep17389 
  4. a b Light, Jessica E.; Smith, Vincent S.; Allen, Julie M.; Durden, Lance A.; Reed, David L. (22 de setembro de 2010). «Evolutionary history of mammalian sucking lice (Phthiraptera: Anoplura)». BMC Evolutionary Biology. 10. 292 páginas. ISSN 1471-2148. PMC 2949877Acessível livremente. PMID 20860811. doi:10.1186/1471-2148-10-292 
  5. Taylor, M. A.; Coop, R. L.; Wall, R. L. (2017). Parasitologia Veterinária. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan. pp. 965p 
  6. a b Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome :1
  7. Johnson, K. P., and D. H. Clayton. 2003. The biology, ecology, and evolution of chewing lice. Pages 449-476 in Price, R. D., R. A. Hellenthal, R. L. Palma, K. P. Johnson, and D. H. Clayton. The chewing lice: world checklist and biological overview. Illinois Natural History Survey Special Publication 24. x + 501 pp.
  8. Entomologia para você. [S.l.: s.n.] 
  9. ROBINSON, William H. (2005). Urban Insects and Arachnids A Handbook of Urban Entomology. Cambridge: Cambridge University Press. 472 páginas 
  10. a b MULLEN, DURDEN, Gary R., Lance A. (2009). Medical and Veterinary Entomology. Estados Unidos da América: ACADEMIC PRESS. 637 páginas 
  11. Borror, Donald J. Introdução ao estudo dos insetos. [S.l.]: Edgard Blucher LTDA 
  12. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome :12
  13. Alves-Branco, Pinheiro, Sapper, Francisco de P. J., Alfredo da C., Maria de F. M. (agosto de 2001). «VALE A PENA RELEMBRAR AOS CRIADORES DE BOVINOS O Controle dos Piolhos dos Bovinos (Damalinia bovis e Linognathus vituli)» (PDF). Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Consultado em 10 de maio de 2018 

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