Informações pessoais | ||
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Nome completo | Obdulio Jacinto Muiños Varela | |
Data de nasc. | 20 de setembro de 1917 | |
Local de nasc. | Montevidéu, Uruguai | |
Morto em | 2 de agosto de 1996 (78 anos) | |
Local da morte | Montevidéu, Uruguai | |
Altura | 1,83 m | |
Apelido | El Negro Jefe ("O Chefe Negro") | |
Informações profissionais | ||
Posição | Centromédio | |
Clubes de juventude | ||
1932-1936 |
Fortaleza Dublin Juventud | |
Clubes profissionais | ||
Anos | Clubes | Jogos (golos) |
1936-1938 1938-1943 1943-1955 |
Juventud Montevideo Wanderers Peñarol |
60 (20) 105 (42) 302 (72) |
Seleção nacional | ||
1939-1954 | Uruguai | 45 (9) |
Times/clubes que treinou | ||
1955 | Peñarol |
Obdulio Jacinto Muiños Varela (Montevidéu,[1], 20 de setembro de 1917 — Montevidéu, 2 de agosto de 1996) foi um futebolista uruguaio que jogava como volante. Capitão do Maracanaço, é considerado o jogador uruguaio mundialmente mais reconhecido na história, ainda que não fosse exatamente visto como o melhor nem mesmo em sua posição, havendo outros mais técnicos. Nenhum, porém, conseguiu a dimensão de “caudilho” exercida por Obdulio, um dos poucos futebolistas condecorados ainda em vida com a Ordem do Mérito da FIFA (em 1994, em Chicago, no Congresso prévio à Copa do Mundo daquele ano). Varela disputou duas vezes a Copa do Mundo FIFA e com ele a campo a seleção uruguaia jamais foi derrotada. Também foi um dos maiores ídolos do Peñarol.[2]
Homem de grande caráter,[3] Varela era dono de uma personalidade forte e liderança nata.[3] Celebrizou-se como o capitão da Seleção Uruguaia campeã da Copa do Mundo de 1950 sobre o Brasil em pleno Maracanã. Sua ascendência sobre os companheiros, no clube e na Celeste, e sua pele mulata lhe renderiam a alcunha El Negro Jefe ("O Chefe Negro").[2][4]
Nelson Rodrigues, em suas crônicas esportivas, falou mais de uma vez em tons lendários sobre Varela. Disse que ele "não atava as chuteiras com cordões, mas com as veias"[5][6] e que "a humilhação de 50, jamais cicatrizada, ainda pinga sangue.Todo escrete tem sua fera. Naquela ocasião, a fera estava do outro lado e chamava-se Obdulio Varela".[7]
O também ex-zagueiro uruguaio Diego Lugano disse em entrevista ao programa Bola da Vez da ESPN Brasil, no ano de 2005, após ser perguntado se imitava Varela nas brincadeiras de bola quando criança, respondeu: "Você não pode brincar de ser Deus".[8]
O próprio Obdulio, porém, desmistificava a imagem gerada em torno de si: "Eu não sou um caudilho. O que gostava era jogar futebol; mandar um pouco; ordenar algo dentro de campo e nada mais. A pessoa nasce para mandar, isso não se aprende. Eu não represento nada. Tudo o que se diz são mentiras. Sou uma pessoa como qualquer outra e a única coisa que me resta é a satisfação de ter cumprido. A glória não existe. A glória é ter amigos que gostem de ti. Com a fama não se vive".[2] Ele também preferia usar o segundo nome "Jacinto" para se identificar, atribuindo ao brasileiros a identificação como "Obdulio".[9]