Primeira Batalha de Tuiuti | |||
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Guerra do Paraguai | |||
Ataque da cavalaria paraguaia à 2.ª Divisão argentina. | |||
Data | 24 de maio de 1866 | ||
Local | Tuiuti, Paraguai | ||
Desfecho | Decisiva vitória aliada | ||
Beligerantes | |||
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Comandantes | |||
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Forças | |||
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Baixas | |||
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A Batalha de Tuiuti ou Primeira Batalha de Tuiuti foi o maior e mais sangrento embate campal de toda a Guerra do Paraguai e do continente sul-americano, por ter envolvido mais de 55 mil homens.[1] Foi travada no dia 24 de maio de 1866, em uma região pantanosa, arenosa e de difícil locomoção chamada Tuyutí, no sudoeste do Paraguai.[2]
Durante o avanço para o interior do Paraguai, as forças aliadas (Tríplice Aliança - Argentina, Brasil e Uruguai) acamparam em uma área muito pequena em comparação ao número de soldados de suas fileiras, que somavam 32 mil homens concentrados em um espaço de quatro quilômetros de comprimento por 2,4 de largura de terra seca. Além disso, sem ter conhecimento da região ou mapas adequados, estavam diante de formidáveis posições defensivas paraguaias, como a trincheira do Sauce, que possuía mais de três mil homens e diversos canhões à sua disposição.
Apesar da fragilidade da situação aliada, o marechal paraguaio Francisco Solano López optou por atacar os aliados com um plano considerado inovador, usando a cavalaria como ponta de lança, em um período em que esta era usada no fim da batalha. As forças empregadas por López somavam 24 mil soldados, divididos em quatro colunas, que atacaram pelo centro e pelos flancos do acampamento aliado. Em um primeiro momento, as forças paraguaias obtiveram êxito ao aniquilarem alguns batalhões aliados inteiros. Embora esse ataque tenha sido bem planejado, não foi corretamente executado. Além de atrasos em iniciar a ofensiva, ele não contou com um comando unificado e muitos generais agiram sozinhos no calor da batalha. Adicionalmente, o plano não previa um objetivo claro sobre onde os soldados deveriam convergir, e não se distribuíram corretamente as armas do exército, com colunas com sobras de cavalaria e pobres em infantaria, e vice-versa.
As forças aliadas foram pegas completamente de surpresa, pois não esperavam um ataque em uma região que favorecia a defesa. Contudo, apesar da confusão que se instalou no acampamento e das grandes perdas que sofreram, as tropas da Tríplice Aliança conseguiram resistir e contra-atacar, de movo a fazer valer a sua superioridade numérica e sua poderosa artilharia.
Destacou-se o general Manuel Luís Osório, o futuro Marquês do Herval, que no desenrolar da batalha assumiu o posto de comandante-em-chefe e reorganizou as fileiras em fuga, conduzindo-as à vitória. Adicionalmente, ele enviou tropas a pontos que estavam quebrando e sacrificou outros para impedir que os paraguaios flanqueassem e cercassem o acampamento.
Após cinco horas de combate, as forças paraguaias se retiraram, sofrendo uma amarga derrota, contabilizando treze mil baixas contra cerca de quatro mil dos aliados. Muitos oficiais e soldados criticaram o fato dos aliados não terem perseguido os paraguaios na sequência do confronto, o que poderia ter aumentado as perdas inimigas, devido à dificuldade que eles enfrentavam de refazer-se, reorganizar-se e voltar a si. Em resposta, o alto comando atribuiu sua decisão à indisponibilidade de cavalaria e de outros meios de mobilidade para o exército argentino e à deficiência de víveres. Pelas quatro décadas seguintes esse episódio seria comemorado como a principal atuação do Exército Imperial Brasileiro, depois do Exército Brasileiro. Os comandantes como Osório, Antônio de Sampaio e Emílio Mallet seriam feitos seus patronos. Por muitos anos, na data de 24 de maio seria comemorado o Dia do Exército.
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